terça-feira, 19 de junho de 2012

Um amor, cura um milhão de dias cansados

Algumas palavras deliberadas, jogadas no sofá, versos aparentemente bobos, mas com tamanha profundidade que retenho os músculos presa aos pensamentos. Foi um dia longo, a rotina, o cansaço, e mais um punhado de coisas, então saldo a noite com um brinde ao capitalismo, que nos rouba a alma.
Queria  ter chego em casa, e correr rumo aos seus braços dizendo que você é tudo na minha vida, mas naquele dia minha voz parecia embargada demais para proferir qualquer palavra que fosse. Sentei-me na cadeira, silenciosamente para que você não pudesse me escutar, tomei algumas xícaras de café, na tentativa quase inútil de me manter acordada, para que pudesse passar algumas horas contigo.
Me perdi em meus devaneios, mas eles eram verdadeiros, sei que sim. Pensei no amor, e em como ele tem me sustentado e me reerguido a cada manhã, e em como me sinto confortável quando me debruço sobre seu abraço, cheio de ternura e afago. Não quisera eu pensar, que a rotina e o cansaço um dia pudessem estragar algo entre nós, pois desde que entendi a vida, quem esteve comigo foi você. Com seus olhos amendoados, repletos de escritos, gritando que me ama, suplicando que não lhe deixe jamais. Eu jamais o deixaria.
Você estava assistindo um seriado qualquer, quando o vi pensei até que não o estava vendo, talvez não, talvez estivesse apenas olhando o tempo passar, enquanto me esperava. E então surgi a porta, um pouco amarrotada, dei um sorrisinho torto, e você pulou em meus braços como se quisesse me curar. E curou.
Eu pensei que o dia estaria finalizado no meu momento de derrota e cansaço, mas aquele abraço, aquele cheiro, me entorpeceu, sentia-me como quem acaba de tragar um cigarro de maconha, e então você me perguntou se eu estava bem, e eu respondi "tanto faz agora", reaprendi mais um dia, que não importa o que aconteça, se você estiver comigo não importa.
Jamais vou esquecer como me jogou na cama, meu riso ecoou o quarto, e seus braços me envolveram por completo, como se quisesse que nada me atingisse, você brincou com meu cabelo por um tempo, e então me persuadiu com um beijo, e bastou um beijo.
O dia havia acabado, e como disse, já não importava. Eu sabia, ele estava acostumado, comigo.. uma mulher complicada, cheia de ''mas'' e ''se'', e também alguns ''talvez'', e o que me fazia realmente sentir bem, era compreender que ainda assim ele me amava, com meus complexos, loucuras, devaneios, cafés na noite, roupa amarrotada, e pisadas leves para disfarçar minha entrada. E eu o amava mais ainda.

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